Lançado em 2007, o filme é baseado no livro homônimo de Frei Betto, que foi lançado em 1983 e foi ganhador do Prêmio Jabuti.
Mas quem é Frei Betto?
Frei Betto é um frade dominicano, jornalista e escritor. Durante o período da Ditadura Militar Frei Betto foi preso e torturado pelos militares, em função de apoiar a resistência armada para a deposição dos militares.
Frei Betto é Adepto da Teologia da Libertação, ou seja, a Igreja Católica tem o dever de ajudar os mais pobres para uma vida mais digna. Ele ganhou diversos prêmios, tanto literários quanto prêmios relacionados a sua atuação social.
O filme
Situado na transição da década de 60 para 70, o filme acompanha um grupo de frades dominicanos "Tito", "Betto", "Oswaldo", "Fernando" e "Ivo" que começam a divergir do Regime Militar e montam um importante grupo de resistência. Apoiando o grupo guerrilheiro ALN(Ação Libertadora Nacional), comandado à época por Carlos Marighella, os frades são expulsos do convento em que atuavam, a Igreja Católica que em grande maioria apoiava a atuação dos militares e vê com maus olhos a atuação deles.
Todos são torturados pelo então delegado Sérgio Fleury, que estava em busca de Carlos Marighella, após a morte do próprio, os frades são libertos com enormes marcas físicas e psicológicas.
Tortura é algo normal
Sérgio Fleury ficou conhecido e reconhecido como um torturador nato, além de ser reconhecido como o homem que emboscou e assassinou Carlos Mariguella. Fleury também participou do dito “Esquadrão da morte” que torturou, matou e desapareceu com dezenas de pessoas, podendo chegar até uma centena de vítimas.
No dia 16 de dezembro de 1976, Fleury liderou a "Chacina da Lapa" na rua Rua Pio XI, nº 767, onde foram assassinados 3 militantes do PC do B(Partido Comunista do Brasil) que no período atuava de forma ilegal.
Além de perpetuar a lógica da tortura e da desumanização do indivíduo, Fleury também teve ligações diretas com o tráfico de drogas na cidade de São Paulo, onde inclusive teve sua prisão preventiva em 1973, porém foi liberto por ser réu primário e ter residência fixa, criando assim a “Lei Fleury”, que legitima a impunidade para torturadores e assassinos no período.