Quando você estudou o processo de Abolição no Brasil, alguma vez você ouviu esse nome? Aposto que não, mas isso é algo normal. Quando estamos em sala de aula, em especial na Escola, a História que nós aprendemos é predominante eurocêntrica (Europeu no Centro de Tudo), ou seja, o Europeu aparece como centro de tudo, e o indígena e o negro ficam com um papel secundário, em geral apenas o papel de oprimido, como se ele não tivesse protagonismo na história do país.
Nascida em 07 de abril de 1859, Adelina era filha da escrava Josepha Tereza da Silva, conhecida como Boca da Noite e do fazendeiro João Francisco da Luz. Adelita foi batizada, aprendeu a ler e a escrever, e foi criada na Casa Grande, porém assim como sua mãe foi escrava doméstica. Uma promessa foi feita a Adelina; quando ela completasse 17 anos seria liberta, algo que não ocorreu e ela prosseguiu sendo escrava de seu próprio pai.
Após falir, seu pai inicia um negócio de venda de charutos e Adelita passa a ser sua vendedora, percorrendo toda a São Luís. Extrovertida, astuta e extremamente inteligente, Adelita conseguia atrair e fidelizar um bom número de clientes, em especial os jovens estudantes do Liceu que promoviam comícios e passeatas a favor da abolição. Instigada pelo movimento ativista, Adelita se torna uma frequentadora do comício e começa a estudar o movimento abolicionista. Graças a seu vasto conhecimento da cidade e ao fato de ter clientes nas mais distintas profissões e classes sociais, Adelita tinha um “passe livre” de circulação, e isso fez com que ela fosse peça fundamental para o movimento abolicionista, já que ela transmitia recados entre os ativistas, os ajudava avisando sobre ataques policiais e fazia também o trabalho de conscientização junto às classes populares.
Adelita assim como outras mulheres ficou renegada o direito de aparecer na História, porém estamos aqui justamente para poder dar voz a Adelita.